TST*

Lembra-nos quando paramos em frente à passadeira porque o sinal está vermelho, quando vamos à gaveta dos talheres porque há algo que falta, quando abrimos o armário da roupa e não sabemos o que vestir , ou então sempre que olhamos lá para fora e vemos o mundo à nossa volta. Chama-se saudade . Não escolhe o momento certo , não escolhe dia, nem tem hora marcada . Vem ter connosco e traz a maré cheia, atinge-nos de costas voltadas. E é nesse momento que sentimos o sabor amargo do mar onde mergulhamos. No inicio tão só uma ilusão. Faz questão de acabar só para nos lembrar que a saudade é ferida que dói e nao sara. No inicio desejamos que não passe de um pesadelo, mas depois aprendemos a viver a com ele. E se viver, significar acomodarmo-nos, então há coisas que nunca vamos aceitar e essa é uma delas. Se o que mata mais é não ver ,eu preferi não ver. Quando sentimos medo de voltar a repetir a experiência ,isso condiciona o nosso estado emocional. Impede-nos de viver o melhor de nós. Porque as emoções condicionam a nossa livre expressão em cada momento, são motores interiores accionados por gatilhos exteriores que despertam memórias que podem estar associadas a emoções dolorosas. Nem nos apercebemos que este recordar existe. Estamos demasiado habituados a um pensamento compulsivo que não nos damos conta de todos os pensamentos que vão surgindo no nosso espaço de consciência a todo o instante. É por isso que mudamos de humor com tanta facilidade ou acordamos bem-dispostos num dia e mal-dispostos noutro. É por isso que gostamos de certas pessoas mal as vemos ou simplesmente não simpatizamos, sem qualquer tipo de razão. Estamos habituados a olhar para o exterior em busca de respostas e soluções, ou até em busca da felicidade. No entanto, as respostas que são certas para cada um de nós encontram-se dentro de cada um. As melhores soluções para o teu caminho são as tuas, e não dos outros. Podes ser inspirado pelas palavras ou acções dos outros, mas a verdadeira inspiração que te move é a do teu coração. Enquanto vivemos condicionados por emoções do passado não somos verdadeiramente livres. Não é como se pudessemos pressionar um botão e toda a bagagem negativa desaparecesse. Isso está muito longe de acontecer. Quando o choque nos envolve e o mundo vem abaixo , a nossa mente bloqueia todas as emoções para que nunca mais as sintamos. No entanto, há situações do dia-a-dia que nos aproximam e quase tocamos na linha ténue e fina da memória. É duro. Sabemos que somos nós e mesmo que o mundo desabe continuamos ali, intactos, porque ser quem somos nunca vai mudar. Não dá para remover, nem reciclar. No fundo, vamos ser sempre nós. E se não nos conseguirem aceitar, só temos de perceber que a culpa não é nossa simplesmente porque ninguém é perfeito. Não há barreiras inultrapassáveis, mas há coisas inultrapassáveis. E no fim, quando te aperceberes que o que tens não corresponde e se quiseres amanhã arranjas melhor, não te sintas culpada, mas antes aliviada.

About Meninazul

Gosto de pensar que há coisas que nunca vão mudar .
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