Um dia vou dizer-te o quanto esperei por este dia. Vou falar-te do dia após dia , dos bons dias , das noites em claro ,dos sonhos acordada. De todas as palavras habilidosamente ordenadas em discursos que nunca saíram da minha mente. Vou falar-te do quanto me reconfortaste sem sabermos . Descobri que eras tu no exacto momento em que me faltaram as palavras. Seguiu-se a sensação de paralisia e o silêncio momentãneo. Na altura não me apercebi mas é como se não soubessemos lidar com as palavras porque aquilo que sentes te transcende. Queria dar-te mil e uma razões que te levassem a ficar, porque eu estava ali e, estava para ficar. Por excesso ou por defeito não consegui, faltaram-me as únicas palavras que me iam na alma e desisti. O medo de não amar o suficiente, de não sermos a pessoa que pensamos que o outro quer, o medo de se deixar ir, de amar e de se deixar amar. É um tiro no escuro , e eu não gosto de falhar. Levava apenas uma certeza comigo, quando penso em ti há algo que muda em mim e me faz sentir plena, cheia, feliz. Não posso negar que ainda à momentos atrás pensei em apostar em ti, mas logo desisti. O risco é maior do que aquilo que eu tenho para apostar e, perder não esta nos meus planos. Vou pensando em ti e em nós cada vez menos, embora te mentisse se te dissesse que não me vens à memória vezes sem conta. Vezes essas em que desejo que sonhes com o tamanho da minha loucura, se não conseguires , entao procura-me, porque é contigo que fecho os olhos e adormeço no silêncio da noite à espera de um pouco de ti. Estás à vontade,a casa é tua, por dentro e por fora, tempo e alma. Gosto de ti de uma forma que não consigo nem quero explicar. Mas há coisas que não devemos dizer em voz alta, e esta é uma delas. Se é verdade, tambem é verdade que este tempo todo se tornou um tempo de espera, é como se houvesse uma voz firme e incessante a pedir-me para esperar por ti. E dou por mim no dia-a-dia a fingir que sou feliz sem saber de ti. É uma luta inconstante, mas é uma luta só minha até ao dia em que baixar os braços e não olhar mais para trás, porque nós mulheres, caminhamos durante horas e batalhamos, acumulamos , acompanhamos o ponto da saturação exaustivamente e, quando finalmente chegamos ao cume da montanha, conjugamos o verbo desistir na primeira pessoa e viramos a página sem voltar atrás.
Fantastico como duas almas por vezes se espelham nas mesmas palavras.
Um beijo*