É como se nos pedissem para esquecer a chuva a bater lá fora, como quem olha o passado cá de dentro. Começamos por esquecer como é o toque. É fácil. O que é difícil, é saber quando parar, porque quando paramos deixamos de fazer sentido e aparece uma falha na cronologia da nossa vida. De facto, ultrapasso a janela da verdade, e agora que olho para trás vejo o quão difícil é bater com a porta sem olhar para trás. No fundo, é como se nos debatêssemos em frente a um espelho em busca da verdade e só nos ouvíssemos a nós próprios. Sem feedback a resposta é curta e clara! E aí, debatemo-nos ainda mais, mas não é com o espelho, é connosco próprios porque quando nos tornamos pessoas de causas a verdade não nos chega e a mentira dói. Aos olhos de quem nos vê a fugir parecemos seres doentios. E se lutarmos por aquilo em que acreditamos é ser doentio, então sim, há alguma razão um pouco irónica nisso. A certa altura, tudo se torna tão irreal que ate desculpamos a nossa sede de luta. Quando estamos em cena, existe uma fala para cada personagem. Quando estamos em vida, existe uma oportunidade para cada pessoa. Tudo tem um tempo certo. O nosso nem chegou. E é duro termos de virar a página da nossa história quando ela está em branco. Agora que a chuva voltou, dá-nos vontade de pensar com o coração. Olhamos um pouco pelo percurso da nossa vida e notamos que já não somos a mesma pessoa, teimamos em procurar uma explicação para a mudança mas a verdade sempre foi a mesma, aprendemos a mudar por alguém. E no fim, a verdade é nua e crua, chegamos à conclusão que abdicamos da nossa maneira de ser em vão porque a nossa história não passou a ficção de um sono de domingo. Mas a realidade é só uma e toca no coração. Quando se ama, AMA! Não adianta virar as costas, discutir, esconder ou fugir.
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